Muitas vezes recebemos no consultório o paciente com a seguinte queixa: "Vejo tudo rodando quando vou deitar ou olhar para cima!"
Diante dessa situação, não restam dúvidas quanto a necessidade desse paciente ser avaliado. Mas em qual momento? Será que ele está impossibilitado de passar por um exame vestibular? As respostas para essas perguntas podem variar caso a caso. De um modo geral e desde que não haja nenhuma contra-indicação, o paciente com vertigem induzida por determinadas posições de cabeça deve ser avaliado no período mais sintomático, contrariando certos "conceitos" antigos de que o paciente deve estar "fora da crise" para ser examinado.
Lembremos dois dos principais objetivos de um exame vestibular:
1 - Determinar se existe ou não comprometimento vestibular;
2 - Determinar o topodiagnóstico e localização da alteração.
Vejamos os mecanismos de um quadro de vertigem induzida por determinadas posições de cabeça:
1 - Deslocamento de cristais de cálcio do utrículo para os canais semicirculares - VPPB - Nistagmo de Posicionamento;
2 - Assimetria de tônus vestibular - Efeito da gravidade sobre sistema vestibular - Nistagmo de Posição
Outro ponto importante a ser discutido é o Nistagmo Posicional Central. Acredita-se que o Cerebelo faça uma inibição direta no Canal Semicircular Anterior justificando assim o nistagmo vertical inferior (Downbeat) em caso de falha nesse mecanismo. Um nistagmo de posição duradouro pode ser justificado por um processamento central anormal da informação otolítica.
De um modo geral, se o paciente é avaliado fora do período sintomático (seja por resolução do quadro de VPPB ou Compensação Central em disfunções periféricas), possivelmente não encontraremos os dados necessários para o diagnóstico e subsequente tratamento adequado.